Objetos no espaço profundo (DSOs)



Objetos no espaço profundo incluem estrelas múltiplas, estrelas variáveis, agrupamentos de estrelas, nebulosas e galáxias. Um catálogo com mais de 100 DSOs que podem ser vistos com um telescópio pequeno foi compilado por Charles Messier no século XVIII. Esses objetos catalogados por Messier recebem nomes que têm um M maiúsculo seguido por um número (por exemplo, M31, M41). Infelizmente, eles costumam ser manchas vagas e embaçadas de luz em qualquer telescópio que você tentar usar. O segredo para observá-los é fazer isso em um céu negro (com pouca ou nenhuma poluição luminosa) e um telescópio grande (abertura maior de 15 cm). No entanto, alguns DSOs podem ser vistos em telescópios pequenos como o meu. Uma dica é usar filtros para poluição luminosa para melhorar a visão de alguns deles.

Estrelas múltiplas

Muitas estrelas são, na verdade, agrupamentos de duas ou mais estrelas que orbitam uma ao redor da outra. Por exemplo, se olhar a Mizar (a estrela no meio da Ursa Maior) em um telescópio pequeno, verá duas estrelas. O mesmo acontece com a Albireo (Beta Cygni). As estrelas que formam o trapézio no meio da Nebulosa de Órion (M42) são parte de um sistema com quatro estrelas. As estrelas nesses sistemas podem ter diferentes tamanhos, brilhos e cores. Um desafio para um astrônomo amador é "dividir" um sistema de estrelas múltiplas, ou seja, separar o sistema em estrelas individuais com o uso da ampliação adequada.

Estrelas variáveis

Algumas estrelas brilham e escurecem periodicamente quando você as observa durante um período, são as estrelas variáveis, que incluem:

Estrelas binárias eclipsantes - um estrela passa na frente da outra (a estrela Algol na constelação de Perseu ilumina e escurece de acordo com um ciclo de alguns dias);

Variáveis cefeidas - essas estrelas mudam seu brilho em razão de mudanças em seu interior;

Variáveis de longo período (Mira) - essas estrelas mudam o brilho no decorrer dos meses;

Variáveis cataclísmicas - incluem eventos explosivos como novas e supernovas.

Há muitas estrelas variáveis que podem ser observadas com telescópios pequenos e terem suas intensidades luminosas estimadas comparando-as com estrelas de magnitude conhecida. A observação de estrelas variáveis é uma das áreas em que astrônomos amadores podem contribuir muito com a ciência da astronomia, já que astrônomos profissionais não têm o tempo necessário para esse tipo de observação.

Agrupamentos de estrelas

Os agrupamentos estelares são associações de milhares de estrelas ou mais. Eles podem ser agrupamentos abertos ou globulares e oferecem vistas espetaculares mesmo em um telescópio pequeno. Um exemplo são as Plêiades, na constelação de Touro. As Plêiades têm sete estrelas brilhantes que podem ser vistas a olho nu, mas quando são vistas com um telescópio pequeno como o meu, você acaba vendo milhares.
Nebulosas

As nebulosas são nuvens de gás e poeira no espaço interestelar. Uma de minhas nebulosas favoritas é a Grande Nebulosa, na constelação de Órion (M41). Ela é facilmente vista a olho nu como a espada de Órion e possui uma grande nuvem de gás e poeira, com um triângulo interno de estrelas chamado de Trapézio. Em meu telescópio, consigo ver o gás, mas sem os detalhes da imagem do Hubble mostrada aqui. Nenhum telescópio amador possui esse grau de detalhamento. A nebulosa de Órion é uma nebulosa de emissão, pois emite luz, ao contrário de uma nebulosa de absorção ou escura, que absorve luz; por exemplo, a Nebulosa Cabeça de Cavalo, também em Órion. Algumas nebulosas, como a Cabeça de Cavalo, são um desafio tremendo para serem encontradas e observadas.

Galáxias

As galáxias são sistemas massivos de estrelas unidas pela gravidade. Essas galáxias podem estar isoladas, mas costumam ser encontradas em grupos. Há uma galáxia específica que pode ser vista a olho nu: a galáxia de Andrômeda (M31). No hemisfério Sul, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães são galáxias satélite que giram na órbita de nossa galáxia, a Via Láctea. No geral, existem galáxias de muitas formas e tamanhos.

Espiral (M31 em Andrômeda)
Elíptica (M87 em Virgem)
Espiral barrada (NGC 1530 em Camelopardalis)
Irregulares (as Nuvens de Magalhães, M82 na Ursa Maior)

Em um telescópio comum, as galáxias parecem manchas embaçadas. Consigo ver a M31 em Andrômeda como um disco angulado. Para ver detalhes finos das galáxias, incluindo linhas de poeira que as cruzam, você vai precisar de um telescópio com abertura grande (de 20 a 25 cm ou mais do que isso). Céus escuros são essenciais para observar a maioria das galáxias. Assim como as nebulosas, as galáxias são o alvo predileto dos fotógrafos de corpos celestes.

Fonte:HowStuffWorks 

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