Ela é a segunda mais brilhante do céu noturno, mas chama a atenção tanto quanto a campeã, Sírius. Porém, enquanto Sírius é uma das estrelas mais próximas, a menos de 9 anos-luz, Canopus está a quase 315 anos-luz. E ainda assim brilha como poucas.
Ela é uma supergigante branco-amarelada, 65 vezes maior e 20 mil vezes mais luminosa que o Sol. No palco celeste, Canopus é literalmente uma superstar, e no céu de muitos planetas de outros sistemas solares, provavelmente é a mais brilhante.
Diz a lenda, que sua curiosa denominação vem de Canopo (ou Canobo), o nome do piloto do navio que conduziu Menelau e Helena ao Egito, após a queda de Tróia. O jovem foi amado pela filha de um rei egípcio, e após sua morte deu nome a uma cidade daquele país.
No passado, os povos viajantes do deserto a usavam para indicar a direção aproximada do Sul. Por lá, Canopus aparece no inverno, bem abaixo de Sírius e sempre perto do horizonte, quando não raras vezes a atmosfera turbulenta lhe confere uma cor ligeiramente avermelhada.
Rastreador estelar
Em tempos modernos, mesmo quando um GPS se torna uma orientação mais prática e precisa para se encontrar o rumo, Canopus continua orientando a navegação.
Mas não das naves comuns, aquelas que percorrem os mares da Terra, e sim das que velejam pelo oceano cósmico.
Por causa do brilho e da posição que ocupa no céu (fora do plano da eclíptica, ao contrário de Sírius), Canopus foi muito útil à navegação de sondas espaciais.
Naves famosas como a Mariner, a Lunar Orbiter, a Pioneer e a Voyager usaram uma câmera chamada Canopus Star Tracker (o rastreador da estrela Canopus, numa tradução livre).
E mesmo hoje, quando por algum motivo Canopus não é a preferida, as sondas de exploração planetária usam um “sensor estelar” que é essencialmente o rastreador de Canopus desenvolvido na década de 1960. Esses dispositivos contêm, basicamente, um mapa estelar de onde a nave obtém sua orientação correta, sua atitude em vôo.
Briga de gigantes
A temperatura de Canopus oscila entre 6 mil e 8 mil graus. No centro da estrela, o hélio já começa a se converter em carbono, e embora não tenha massa o bastante para explodir como uma supernova, Canopus vai acabar “queimando” esse carbono em oxigênio – e vai se transformar numa das maiores anãs-brancas da galáxia.
Mas isso não vai ser algo para os humanos verem. O que já presenciamos – e podemos ver de novo – foi quando outra estrela da constelação de Carina teve uma enorme erupção de brilho e superou Canopus de sua segunda posição no céu, ainda que por um curto período de tempo. O nome dela é Eta Carina, e ela está prestes a explodir.
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