Messier 4 é um dos mais próximos e mais estudados aglomerados globulares. Ele é um conjunto de dezenas de milhares de estrelas antigas. Um trabalho recente revelou que uma das estrelas deste aglomerado tem propriedades incomuns, as quais não deveria ter.
As estrelas dos aglomerados globulares em nossa galáxia são velhas e por isso espera-se que sejam pobres em elementos químicos mais pesados que o hidrogênio e hélio. Misterioso é o fato de uma das estrelas encontradas em Messier 4 possuir uma quantidade muito maior de lítio do que o esperado (o lítio é um elemento raro em estrelas velhas). Mas qual a fonte deste lítio? Isso ainda é um mistério...
Em torno da nossa galáxia orbitam mais de 150 aglomerados estelares globulares. O aglomerado Messier 4 é um dos mais próximos da Terra, também conhecido como NGC 6121, e localiza-se na constelação de Escorpião. É um objeto brilhante e pode ser observado com binóculos, próximo da estrela vermelha Antares.
Qual o problema do Lítio?
Normalmente o elemento lítio nas estrelas vai sendo gradualmente destruído ao longo dos bilhões de anos de vida da estrela. A estrela incomum em Messier 4, ao contrário de milhares de outras, parece ter conseguido manter o seu lítio original OU encontrou algum modo de se auto-enriquecer com lítio recentemente formado.
Quando estrelas mais recentes são formadas é utilizado material enriquecido por elementos químicos mais pesados que o hélio. Esse material havia sido formado em estrelas mais antigas e liberados no meio interestelar no final das suas vidas, enriquecendo esse meio.
As estrelas muito velhas, que ainda sobrevivem, tais como as dos aglomerados estelares globulares, foram formadas muito antes de ter ocorrido algum enriquecimento químico significativo no material. Assim, elas possuem menor abundância de elementos pesados quando comparadas com estrelas como o Sol que se formaram depois.
Como os astrônomos sabem a idade das estrelas?
Utilizando instrumentos de espectroscopia montados num telescópio é possível captar os detalhes da radiação que chega das estrelas. Ao separar essa radiação emitida em suas componentes coloridas, podem-se obter as suas composições químicas e idades (mais detalhes aqui: http://astro.if.ufrgs.br/
A imagem foi obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile.
Crédito da imagem: ESO
Fonte: http://www.eso.org/public/
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