"Provavelmente que há cinco anos atrás, este artigo estaria a dizer que a história da Lua foi descoberta, quando na verdade está a dizer que a história da lua continua por descobrir". Erik Asphaug


A formação da lua continua um mistério: os cientistas continuam debatendo como se formou o nosso satélite - Erik Asphaug, cientista planetário da Universidade do Arizona, afirma que o debate ainda está longe de acabar.

Basicamente existem os seguintes modelos:

- Modelo do impacto gigante – que se tornou consensual até quase quatro décadas atrás;

- Modelo binário – defendendo que a lua poderá ter-se formado a partir da mesma nuvem rodopiante de poeira que criou a Terra - mas este modelo não pode explicar porque a lua, longe de ser um irmão gêmeo e menor da Terra, é muito menos densa do que o nosso planeta, sem núcleo de ferro;

- Modelo de Fissão – considera que a Terra enquanto jovem terá girado com tal velocidade que atirando uma bolha gigante de magma para o espaço permitiu a formação da Lua – todavia, os modelos de rotação e órbita, respectivamente da Terra e da Lua, não se enquadram neste padrão;

- Modelo da gravidade da Terra – segundo o qual esta característica terá “laçado” a lua, tendo esta atracção resultado numa "captura" do satélite – no entanto a missão Apollo permitiu verificar que as rochas lunares eram compostas por minerais semelhantes aos da Terra e inclusive do manto.

O modelo de impacto gigante terá evitado e explicado todos esses problemas e quando surgiu, na década de 1970, proporcionou uma visão emergente de como o sistema solar, como um todo, havia se formado.

Sob esse ponto de vista, proto-planetas gasosos e rochosos cresceram dentro de um disco em torno do jovem sol, competindo por espaço, durante milhões de anos, pelo que as colisões foram inevitáveis.

De acordo com o modelo de impacto, a lua se formou principalmente dos escombros, a partir de um proto-planeta rochoso semelhante à Terra.

Mas e de acordo com Asphaug, este modelo começa a ser colocado em causa.

Em geral, os cientistas concordam que algo colidiu com a Terra para dar à luz a lua, mas novas evidências colocam dúvidas sobre detalhes do modelo de impacto gigante.

Por exemplo, a análise contínua de rochas lunares mostrou que a lua e o manto da Terra não são apenas semelhantes. Na verdade eles são quase idênticos.

Por outro lado, elementos, tais como oxigênio, silício e titânio surgem em diversos e variadas análises mais minuciosas e em misturas desses isótopos apresentam semelhanças de tal forma extraordinárias que sugerem a ideia de que a lua deve ter-se formado quase inteiramente a partir de fragmentos da Terra.

A conclusão de Asphaug é bastante sábia e expectante:

"Provavelmente que há cinco anos atrás, este artigo estaria a dizer que a história da Lua foi descoberta, quando na verdade está a dizer que a história da lua continua por descobrir".

MFG
Fonte e crédito de imagem National Geographic
Ilustração da lua se formando - National Geographic magazine, by Dana Berry

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